A doença de Alzheimer afeta
mais de 35 milhões de pessoas no mundo todo e, segundo um estudo do Instituto
Butantan, da USP e da UFRJ, pode aumentar em até três vezes o risco de morte
por Covid-19
Os resultados foram
mostrados em um artigo publicado na revista “Alzheimer’s & Dementia: The Journal
of the Alzheimer’s Association”, na quarta-feira (21), com o apoio da Fapesp,
Faperj e CNPq.
Além de aumentar a chance de
morte, o Alzheimer também mostrou ter uma taxa de infecção por Covid-19 maior
quando em pacientes acima dos 80 anos. No geral, esse quadro é encontrado em
pessoas com doenças neurodegenarativas, mesmo que recebam tratamento.
“Nossos resultados
mostraram, primeiro, que pacientes com Alzheimer e demência têm muito mais
chances de serem infectados do que pacientes sem demência. Além disso, uma vez
infectados, têm chance bem maior de precisarem de hospitalização pela Covid, ou
seja, de terem quadros graves da doença ou de virem a óbito do que pacientes
sem demência”, explica o professor da URFJ Sergio Ferreira, um dos líderes do
estudo.
Alzheimer e a Covid-19
Como no Brasil não há um
sistema avançado e completo de registros dos pacientes, os pesquisadores usaram
um banco de dados do Reino Unido. De acordo com os cientistas, o único país no
mundo que possui fichas médicas de todos os cidadãos arquivadas desde 2006.
Mesmo com os resultados, os
pesquisadores ainda não conseguiram descobrir com exatidão os motivos que levam
a maior taxa de morte por Covid-19 de pacientes com Alzheimer.
“Há algum fator, que nós
ainda não identificamos, mas os resultados do nosso trabalho já mostram que é
necessário dar uma atenção especial a esses pacientes ao serem internados,
inclusive porque os que têm Alzheimer apresentam um risco muito maior de morte”,
explica também o professor da USP, Sergio Verjovski, ao G1.
Estudos anteriores já
mostravam que doenças que causam demência eram fatores de risco para Covid-19.
Mas o estudo atual mostra que, além de aumentar as chances de infecção, também
aumenta a taxa de morte em um grupo que já corre mais risco justamente por ser
majoritariamente idoso.
“Estamos olhando para os
dados já disponíveis de sequenciamento do genoma de todos os indivíduos do
banco UK. Estamos buscando os genes que possam estar alterados em todos os
pacientes com Alzheimer que morreram por Covid-19 ou ficaram graves no
hospital, para encontrar os possíveis responsáveis pela piora neste quadro”,
finaliza Verjovski.
Fonte: Central de Notícias
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