Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou
Caríssimos irmãos, irmãs!
Pensando bem, a liturgia de hoje assenta suas bases no
fundamento da existência humana, ou melhor, naquilo que é desejado por todos, a
saber, a paz. Ora, da criança ao ancião, sendo perguntado sobre o que mais
deseja, dificilmente não ecoe do seu coração o som da paz como fim a ser
atingido. No entanto, convém, sabermos, ela é da ordem do dom e tarefa, ou
seja, Deus nos concede-a, porém, todavia, porquanto, conta conosco para
implementá-la.
Deste modo, somos desafiados a fitar o olhar em Jesus
Cristo, pois ele é o trabalhador da paz. Quando o Senhor diz-nos, ‘deixo-vos
minha paz, a minha paz vos dou’, trata-se, pois de uma lição, de um
aprendizado. Ora, é Ele mesmo quem diz em outras circunstâncias, “aprendei de
mim que sou manso e humilde de coração”. Não se cultiva a paz sem antes
trabalhar o coração para que seja sereno e tranquilo.
É por essa razão que o Senhor diz: “não se perturbe o
vosso coração”. Noutras palavras exorta-nos o Senhor, para considerarmos a
qualidade de vida, a sintonia consigo
mesmo, com Deus, com os outros e com o mundo, apesar de tantas situações que
andam na contramão da serenidade e do bem estar. É preciso, por conta disso,
voltar-nos para Ele, não apenas por que garante dar-nos a paz, mas porque Ele é
a fonte do bem viver!
A narrativa expressa um contexto de despedida. Ora, na
nossa condição humana experimentamos muitas despedidas e com várias conotações,
no entanto, todas mexem com o coração, lugar das vibrações, hospedaria de
sentimentos. Assim, seja o nosso esforço de conservar este espaço conforme diz
Jesus, sem perturbações – porque no coração por conta de Cristo que nele habita
deve experimentar a alegria verdaira e plena.
Padre Iran Gomes Brito
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