Vigilante
cursou mestrado e doutorado, estudando durante madrugadas.
José Itamar
é doutor em Ciências Sociais pela UFCG.
Doutor em Ciências Sociais, José Itamar trabalha como vigilante na UEPB (Foto: Júlio César/UEPB) |
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A trajetória de Itamar teve muitos obstáculos, mesmo antes de chegar à profissão que lhe proporcionou a oportunidade de seguir nos estudos. O difícil percurso também conta com a perda do pai e as reprovações nas primeiras tentativas de cursar mestrado e doutorado, este concluído há apenas um mês.
Ele já trabalhava como vigilante noturno - "nunca faltei a um expediente", assegura - quando cursou a graduação em História pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Depois começou a lecionar em escolas de Campina Grande, mas continuou na segurança patrimonial enquanto fazia especialização em Gestão Estratégica no Serviço Público e mestrado em Literatura e Interculturalidade, cuja dissertação virou o livro "A representação da sogra na obra do poeta Leandro Gomes de Barros".
Vigilante cursou mestrado e doutorado, estudando durante as madrugadas (Foto: Reprodução/TV Paraíba) |
"Achava que terminar o ensino médio era suficiente, aí fiz vestibular por incentivo da minha esposa. Depois várias pessoas disseram para eu continuar estudando. Muitas vezes os outros pensam que é fácil a vida, que você vai sempre passar e conseguir. Nem sempre conseguimos de primeira, temos derrotas, mas não devemos desistir. Tentei de novo. Tinha limitações, um complexo de inferioridade, passei por muitas humilhações. Mas sabia das madrugadas que passei estudando. Eu não tinha nada, hoje sou formado. Filho de um borracheiro analfabeto, homem digno e honrado, do qual tenho muito orgulho. Agora sou um vigilante doutor. Minha mãe vai ter a alegria de dizer que tem um filho doutor. Meu pai, se fosse vivo, teria a alegria de ver um filho dele chegar onde chegou", frisou.
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