domingo, 12 de abril de 2015

Brasil quer que vacina contra a dengue saia ainda em 2016


Para tentar adiantar em até dois anos o prazo para o registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inicialmente previsto para 2018, o Instituto Butantan protocolou ontem pedido na Anvisa para iniciar a terceira fase de estudos.
Para tentar adiantar em até dois anos o prazo para o registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inicialmente previsto para 2018, o Instituto Butantan protocolou ontem pedido na Anvisa para iniciar a terceira fase de estudos.


O ano de 2015 tem sido marcado por um aumento expressivo no número de casos de dengue, que volta a assustar as autoridades após um número considerado baixo em 2014. Por não ter métodos de prevenção além do controle do transmissor, o Aedes aegypti, as infecções apresentam ciclos que dependem de fatores como clima e migração do mosquito. No entanto, uma nova arma pode estar nas mãos das autoridades de saúde já no ano que vem: a vacina contra a enfermidade.

No Brasil, as pesquisas mais adiantadas para o desenvolvimento do imunólogo são feitas pelo Instituto Butantan em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (National Institutes of Health). O estudo se encontra no fim da segunda fase de testes clínicos, nos quais se verifica a segurança do produto e o aumento da capacidade imunológica dos pacientes. Para tentar adiantar em até dois anos o prazo para o registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inicialmente previsto para 2018, o Instituto Butantan protocolou ontem pedido na Anvisa para iniciar a terceira fase de estudos, na qual serão feitos os testes de campo para comprovar a efetividade do produto, mesmo antes de terminar a segunda etapa.

De acordo com Jorge Kalil, diretor do Instituto Butatan, os dados já analisados durante a segunda fase de testes clínicos asseguram a segurança da vacina e permitem iniciar a terceira etapa sem riscos para os pacientes. “Os dados mostram que a vacina é segura e induz uma resposta imunológica grande, o que já nos permite passar para a terceira fase de estudos”, afirma. A opinião é rebatida por Celso Granato, membro do Comitê de Virologia da Sociedade Brasileira de Infectologia. “Tenho um pouco de medo desse adiantamento de processo, porque acredito que a análise da fase dois tem que ser muito bem feita para evitar problemas que, às vezes, só afetam uma amostra muito pequena”, avalia.

Ambos os médicos, no entanto, concordam que os testes realizados até agora mostram resultados promissores, e que a vacina é de grande necessidade neste momento em que o país registra o aumento do número de casos. “Com os dados que já temos até agora, a gente espera que a proteção conferida pela vacina contra todos os tipos de dengue seja superior a 80%”, avalia Kalil.

A vacina do Instituto Butantan, no entanto, não deve ser a primeira a ser lançada em território brasileiro. A própria instituição admite que, para entregar o composto às autoridades de saúde ainda em 2016, “tudo teria que dar certo”. No entanto, um imunizante desenvolvido pelo laboratório francês Sanofi, cujas etapas de testes clínicos já foram completas, aguarda apenas o registro pela Anvisa para entrar no mercado brasileiro, o que deve ocorrer no fim deste ano, nos cálculos da empresa.

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