quarta-feira, 27 de maio de 2015

Polícia da Suíça prende 7 dirigentes da Fifa, incluindo José Maria Marin


Eles são acusados de corrupção em investigação americana.
Detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos.
Do G1

 
ENTENDA a investigação que prendeu Marin e 6 dirigentes da Fifa (J. F. Diorio/Estadão Conteúdo)A polícia da Suíça prendeu nesta quarta-feira (27), em Zurique, na sede da Fifa, sete dirigentes da entidade acusados de corrupção. Entre eles está José Maria Marin, ex-presidente da CBF e membro do comitê executivo da Fifa. Os sete detidos são membros da Conmebol ou da Concacaf, as confederações de futebol das Américas.

 

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, não está entre os investigados.

 

Quatorze pessoas - nove dirigentes da Fifa e cinco executivos de marketing esportivo - são acusados de crimes como extorsão e lavagem de dinheiro.

 

As três principais linhas de investigação são:

 - o pagamento de propina dos organizadores das copas da Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022, a dirigentes da Fifa para garantir que os países fossem escolhidos como sedes.

 - o superfaturamente do contrato da CBF com uma empresa de fornecimento de material

 esportivo.

 - a compra de direitos de transmissão por agências de marketing esportivo dos seguintes campeonatos: Copa América Centenária, edições da Copa América, Libertadores da América e Copa do Brasil (torneio de clubes brasileiros).

 

A investigação acusa empresas de marketing esportivo de pagamento de propina a confederações donas originais desses direitos. Não pesam acusações ou suspeitas sobre as empresas de mídia de todo o mundo que compraram desses intermediários os direitos de transmissão das partidas e dos campeonatos.

 

A investigação americana é conduzida há três anos pelo FBI e abrange casos de corrupção na Fifa durante os últimos vinte anos. O esquema de corrupção teria movimentado mais de US$ 150 milhões. Todos os presos serão extraditados para os Estados Unidos.

 

O Departamento de Justiça americano afirma que seis acusados já se declararam culpados, entre eles José Hawilla, que já está condenado no processo e é dono da empresa de marketing esportivo Traffic, que negocia direitos de competições com a Conmebol, Concacaf e a CBF. Hawilla é também acionista da TV Tem, uma das afiliadas da TV Globo.

 

Está mantida para esta sexta (29), a eleição para presidente da Fifa. Joseph Blatter está à frente da entidade desde 1998 e deve ser reconduzido para o quinto mandato.

 

 O único adversário na eleição, o príncipe da Jordânia, Ali bin al Hussein, afirmou que hoje é um dia triste para o futebol.

 

CBF

 A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), publicou nota comentando o caso. "Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação", diz o comunicado da entidade.

 

"A entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente. A nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência", conclui.

 

Dilma

 A presidente Dilma Rousseff defendeu a investigação das autoridades americanas, e disse que não vê como ela poderia atrapalhar o futebol brasileiro. A presidente acredita que a investigação vai permitir maior profissionalização do futebol. disse ainda que se a Justiça americana pedir ajuda, o Brasil vai colaborar.

 

Emissoras internacionais noticiam as prisões desde cedo. Muitos jornais europeus estão atualizando cada desdobramento do caso ao vivo nas páginas na internet. O italiano "Corriere della Sera" cita um terremoto na Fifa e fala na quebra do "Sistema Blatter". Mesmo não estando entre os detidos, o presidente da Fifa é um dos principais alvos. "Não olhem para mim", diz a manchete do diário esportivo espanhol "Olé". O "Marca", também da Espanha, igualmente destacou a crise na principal entidade do futebol internacional.

 
Muitos atletas se manifestaram nas redes sociais. O ex-jogador da seleção inglesa, Gary Lineker, escreveu que Blatter tem que sair.


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