Eles são acusados de corrupção em
investigação americana.
Detidos devem ser extraditados para os Estados
Unidos.Do G1
A polícia da
Suíça prendeu nesta quarta-feira (27), em Zurique, na sede da Fifa, sete
dirigentes da entidade acusados de corrupção. Entre eles está José Maria Marin,
ex-presidente da CBF e membro do comitê executivo da Fifa. Os sete detidos são
membros da Conmebol ou da Concacaf, as confederações de futebol das Américas.
O presidente
da Fifa, Joseph Blatter, não está entre os investigados.
Quatorze
pessoas - nove dirigentes da Fifa e cinco executivos de marketing esportivo -
são acusados de crimes como extorsão e lavagem de dinheiro.
As três
principais linhas de investigação são:
- o pagamento de propina dos organizadores das
copas da Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022, a dirigentes da Fifa para
garantir que os países fossem escolhidos como sedes.
- o superfaturamente do contrato da CBF com
uma empresa de fornecimento de material
esportivo.
- a compra de direitos de transmissão por
agências de marketing esportivo dos seguintes campeonatos: Copa América
Centenária, edições da Copa América, Libertadores da América e Copa do Brasil
(torneio de clubes brasileiros).
A
investigação acusa empresas de marketing esportivo de pagamento de propina a
confederações donas originais desses direitos. Não pesam acusações ou suspeitas
sobre as empresas de mídia de todo o mundo que compraram desses intermediários
os direitos de transmissão das partidas e dos campeonatos.
A
investigação americana é conduzida há três anos pelo FBI e abrange casos de
corrupção na Fifa durante os últimos vinte anos. O esquema de corrupção teria
movimentado mais de US$ 150 milhões. Todos os presos serão extraditados para os
Estados Unidos.
O
Departamento de Justiça americano afirma que seis acusados já se declararam
culpados, entre eles José Hawilla, que já está condenado no processo e é dono
da empresa de marketing esportivo Traffic, que negocia direitos de competições
com a Conmebol, Concacaf e a CBF. Hawilla é também acionista da TV Tem, uma das
afiliadas da TV Globo.
Está mantida
para esta sexta (29), a eleição para presidente da Fifa. Joseph Blatter está à
frente da entidade desde 1998 e deve ser reconduzido para o quinto mandato.
O único adversário na eleição, o príncipe da
Jordânia, Ali bin al Hussein, afirmou que hoje é um dia triste para o futebol.
CBF
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF),
publicou nota comentando o caso. "Diante dos graves acontecimentos
ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados
ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e
qualquer investigação", diz o comunicado da entidade.
"A
entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer
julgamento que previamente condene ou inocente. A nova gestão da CBF, iniciada
no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a
transparência", conclui.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff defendeu a
investigação das autoridades americanas, e disse que não vê como ela poderia
atrapalhar o futebol brasileiro. A presidente acredita que a investigação vai
permitir maior profissionalização do futebol. disse ainda que se a Justiça
americana pedir ajuda, o Brasil vai colaborar.
Emissoras
internacionais noticiam as prisões desde cedo. Muitos jornais europeus estão
atualizando cada desdobramento do caso ao vivo nas páginas na internet. O
italiano "Corriere della Sera" cita um terremoto na Fifa e fala na
quebra do "Sistema Blatter". Mesmo não estando entre os detidos, o
presidente da Fifa é um dos principais alvos. "Não olhem para mim",
diz a manchete do diário esportivo espanhol "Olé". O "Marca",
também da Espanha, igualmente destacou a crise na principal entidade do futebol
internacional.
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