quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sorrisos, união familiar e maturidade: a receita de Ramires para ganhar o hexa

Após superar dificuldades na infância com o apoio dos parentes, volante da Seleção sonha com a conquista do título em seu país: "É uma história para a vida inteira"

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Rio de Janeiro



O sorriso pode ser considerado a marca registrada da família Nascimento. Não foi por acaso que Ramires levou a tradicional gargalhada para o outro lado do mundo. Mas nem só de alegrias viveu o jogador. Mesmo diante de dificuldades, a união em casa marcou a trajetória do garoto que se tornou conhecido mundialmente. Em seu perfil no Jornal Nacional, exibido nesta terça-feira, o volante do Chelsea destaca a importância da avó, da mãe, das tias e do irmão, que acabou sendo a sua figura paterna na infância, uma vez que, na certidão de nascimento de Ramires, o nome do pai está em branco.
- Meu irmão foi o cara que me guiou. A figura paterna que eu tenho é meu irmão Maicon. Realmente, eu não tenho nome do meu pai. Meu nome é da minha mãe. Meu sobrenome é da minha mãe - conta.
Na infância do craque, a mãe trabalhava em outra cidade e só podia estar presente nos fins de semana. Durante a semana, entrava em ação Dona Teresa, avó de Ramires de outros muitos netos. Considerada um pilar da família pelo jogador, ela sofreu um derrame quando o atleta tinha apenas 11 anos.Ramires comemora, Chelsea x Crystal Palace (Foto: EFE)
 Ramires em ação pelo poderoso Chelsea, da Inglaterra (Foto: EFE)

- Durante a doença dela toda, eu que cuidei. Eu chegava da escola e tinha até que trocar fralda, essas coisas  - lembra.
A avó Teresa não conseguiu ver de perto o neto magrinho de Barra do Piraí, no Rio, vestir a camisa da Seleção e vencer uma Liga dos Campeões pelo Chelsea. Mas o núcleo familiar de Ramires permaneceu forte e unido. As tias da família Nascimento estão sempre presentes.
O bairro Boa Sorte, em Piraí, trouxe mesmo bons ventos para a carreira do menino que deu os primeiros chutes pelos campos de lá. Um dos bairros mais afastados do centro, foi onde Ramires nasceu, cresceu, estudou e chegou a trabalhar como pedreiro. Aos 17 anos, ele deixou o local para se arriscar como jogador profissional.
 
ramires brasil Kiyotake japão  (Foto: Agência Reuters)No dia 26 de novembro de 2004, Ramires atuava no América de Barra do Piraí. Um jogo diante do Joinville é até hoje considerado um dos mais importantes de sua vida. O gol marcado naquele duelo chamou atenção. Foi quando recebeu o convite para defender o clube catarinense.
- Esse jogo aí, América x Joinville, foi o jogo da minha vida - lembra.
Aos 17 anos, ele subia os primeiros degraus na carreira. Precisou então convencer a mãe, Judith, a deixá-lo se mudar.
- Sair de casa para um lugar que eu nunca ouvi nem falar. Eu conhecia Barra do Piraí e Mendes. O mais longe que fui era Aparecida do Norte - conta Dona Judith.
Foram dois anos em Joinville até ser comprado pelo Cruzeiro. Permaneceu mais dois anos brilhando com a camisa do time celeste até, enfim, chegar ao futebol europeu. Atuou pelo Benfica antes de chegar ao Chelsea.
Esteve na Copa do Mundo da África 2010, na equipe do ex-técnico Dunga. Na época, era o mais novo da seleção brasileira. Por conta de um segundo cartão amarelo, ficou fora do jogo da eliminação para a Holanda por suspensão. Hoje, ele acredita que faltou experiência naquele lance e, aos 27 anos, se vê mais pronto em 2014.
- É uma história para a vida inteira, né? Só de disputar uma Copa. Se você ganhar no seu país, é uma história para a vida inteira - diz o jogador.
PERFIL jogadores brasil - Ramires (Foto: Editoria de arte)
Fonte: G1/JN

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