Da
Redação
Senador pela Paraíba era o mais idoso entre os senadores e foi o
segundo senador vitimado pelo coronavírus
Pedro França/Agência Senado
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O senador José Maranhão (MDB-PB), 87 anos, faleceu nesta
segunda-feira (8) em São Paulo (SP), em decorrência de complicações da
covid-19. Ele estava internado havia 71 dias, desde o fim de novembro, quando
foi diagnosticado com a doença.
Senador mais idoso da legislatura atual, Maranhão deu entrada no
Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa (PB), em 29 de novembro, dia
do segundo turno das eleições municipais de 2020. Após votar, o senador passou
mal e foi encaminhado para exames. Na madrugada do dia 3 de dezembro, ele foi
transferido para o Hospital Vila Nova Star, na capital paulista, com
insuficiência respiratória provocada pelo coronavírus. O quadro evoluiu para
uma pneumonia viral.
O corpo será levado para sua terra natal, Araruna, na Paraíba,
onde será enterrado. Ele será substituído no Senado pela suplente Nilda
Gondim (MDB-PB), já em exercício desde o início de janeiro. O mandato da chapa
vai até 2023.
Biografia
Nascido em Araruna (PB) em 1933, José Maranhão foi empresário e
advogado, formado pela Universidade Federal da Paraíba. Exerceu o mandato de
deputado estadual quatro vezes (1955-1969), foi deputado federal em três
legislaturas (1983-1995), inclusive durante a Assembleia Nacional Constituinte.
Atualmente, era presidente estadual do MDB.
Em 1994, elegeu-se vice-governador da Paraíba, em chapa com o
ex-senador Antonio Mariz. Assumiu o governo com o falecimento deste, e obteve a
reeleição em 1998. Em 2002, elegeu-se para o primeiro mandato como senador.
Voltou a concorrer ao governo estadual em 2006, ficando em segundo lugar, mas
assumiu o Palácio da Redenção em 2009 após a cassação do primeiro colocado,
Cássio Cunha Lima. Tentou a reeleição em 2010, sem sucesso, mas conquistou um
segundo mandato no Senado em 2014.
Em sua carreira no Senado, José Maranhão presidiu entre 2015 e
2016 a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na condição de senador mais
idoso, ele presidiu a eleição da Mesa Diretora em 2019, na primeira ocasião da
história recente do Senado em que nenhum dos membros da Mesa em exercício podia
fazê-lo (10 dos 11 membros não estavam mais no Senado e o 11º, o senador Davi
Alcolumbre, era candidato na eleição).
Foi autor, entre outras proposições, do Projeto de Lei do Senado
(PLS) 273/2005, que deu origem à Lei 13.144, de 2015, que disciplina o
instituto do bem de família, para proteger o patrimônio do novo cônjuge ou
companheiro do devedor de pensão alimentícia. O senador é um dos signatários da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2020, que altera o artigo 150 da
Carta Magna para garantir a imunidade tributária aos livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão. A proposição aguarda votação em
Plenário. Também assinou a PEC 2/2016, que modifica o artigo 60 da Constituição
para tornar o saneamento um direito social, assim como educação, saúde,
trabalho, moradia, lazer, alimentação, previdência social e segurança. O texto
tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Casado com a desembargadora Maria de Fátima Bezerra, deixa três
filhos (Maria Alice, Leônidas e Letícia) e dois netos (José Neto e Maria de
Fátima).
Sucessora de José Maranhão, a senadora Nilda Gondim já foi
deputada federal (2011-2015). Ela é mãe do senador Veneziano Vital do Rêgo
(MDB-PB) e do ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)
Vital do Rêgo Filho (PB).
Memória
José Maranhão é a segunda vítima de covid-19 entre os membros do
Senado desde o início da pandemia. Em outubro de 2020, morreu o senador Arolde
de Oliveira (PSD-RJ), em decorrência de falência múltipla dos órgãos, após
cerca de um mês internado. Arolde era o segundo senador mais idoso da
legislatura, com 83 anos de idade.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência
Senado)
Fonte: Agência Senado
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