Dalva disse
que adquiria a droga de um veterinário amigo da família que já morreu
O ImparcialO país pela primeira vez, tem condenação inédita. Dalva Lina da Silva, que ficou conhecida como “a matadora de animais” por ter assassinado de forma cruel 37 animais entre cães e gatos de forma dolorosa e lenta em SP dois anos atrás, recebeu na data de 18 de junho a pena de 12 anos, seis meses e 14 dias de prisão, além de uma multa referente a cada um dos animais mortos.
A sentença foi dada pela juíza Patrícia Álvarez Cruz, em 87 páginas. A juíza já expediu um mandado de prisão preventiva contra Dalva e ela pode ser presa a qualquer momento.
São tantas as atrocidades cometidas contra os animais no Brasil sem qualquer punição aos criminosos, a sentença de Dalva é uma grande vitória que faz história no judiciário brasileiro e na causa dos direitos dos animais.
De acordo com o perito que necropsiou os corpos dos animais, todos sofreram antes de morrer, sentiram muita dor durante 30 minutos. Dalva injetava a droga no peito dos animais por meio de várias agulhadas numa tentativa insana de tentar atingir o coração deles. Todos foram encontrados com várias perfurações no peito e morreram, por conta disso, de hemorragia interna. Uma cachorrinha entregue nas mãos de Dalva poucas horas antes de ser morta foi o caso mais chocante: tinha 18 perfurações.
O perito Paulo Cesar Mayorca, professor do departamento de patologia da faculdade de medicina veterinária da USP, fez pelo menos duas declarações estarrecedoras. Disse que para matar os animais daquela forma sozinha, Dalva teria que amarrá-los em provável posição de crucificação, com pernas juntas e braços abertos.
E, além disso, eles sabiam que estavam morrendo. Indignada com um caso tão bárbaro, a promotora pediu à juíza que Dalva fosse condenada pela morte de todos os 37 animais somando-se as penas de cada um – como se faz no caso de assassinato de várias pessoas por um mesmo criminoso. Ela lamenta que as leis brasileiras ainda não permitam punições condizentes com a gravidade dos crimes praticados contra animais, mas está confiante que o cenário deve mudar a partir da condenação de Dalva. Em muitos países crueldade animal leva os criminosos para a cadeia e sem que sejam necessários longos processos.
Mayorca constatou também que nenhum dos animais apresentava doença terminal ou lesão que comprometesse a saúde deles. Eram saudáveis e alguns, inclusive, castrados e prontos para adoção. O laudo cadavérico, portanto, desmentiu a alegação de Dalva que dizia ter matado apenas seis dos 37 animais por estarem em “estado terminal”.
Dalva disse que adquiria a droga de um veterinário amigo da família que já morreu. Alegou que todas as centenas de animais que recebeu ao longo de anos foram doados, mas ela não fez nenhum registro das adoções e não se lembra para quem doou. Os seis gatos encontrados vivos em sua casa na noite do flagrante foram entregues à ONG Adote um Gatinho que teve autorização judicial para doá-los.
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